quarta-feira, 23 de junho de 2010

Prazer, Sr. Hyde!


Não entendo o problema de ter um mundo só meu.
Sou doido, maluco, ruim das idéias?? pode ser, mas meu mundo é melhor que o de muita gente.
Lá eu tenho trilha sonora para cada momento... cada ocasião.
Posso pausar um dia bom e fazê-lo durar o quanto eu quiser, ver em slow motion as folhas da minha floresta imaginária balançando com o bater do vento, rasgar meus sonhos feitos de papel e reconstruí-los com o que e como eu quiser, pintar meus dias cinzas de azul...
Mas o melhor disso tudo é não me preocupar em descobrir quem eu sou, pois aqui no mundo real, isso dói... Quanto mais descubro quem realmente sou, mais dói . . .
Não saber quem você é, é ruim! Mas tentar descobrir quem você é, é pior ainda.
Sabe quando alguém que nem imaginamos existir é descoberto e começa a aparecer com mais e mais frequência a proporção com que vamos o conhecendo?? pois é...
Cheguei a conclusão de que quando tentamos entender quem somos, podemos descobrir e despertar um monstro que nem imaginavamos existir e isso é perigoso.
Por isso eu digo: prefiro ser um doido varrido, com um mundo que criei só para mim de modo que nele eu não precise saber que sou a ficar tentando descobrir quem sou e ser um lúcido monstro vivendo no mundo real.
Vivo alguns poucos momentos nesse tal mundo 'real' por obrigação, mas para mim, o meu real é o que imagino, o que criei; e espero mesmo que um dia todos tenham seu mundo imaginário para que o mundo real seja um pouco melhor e não seja habitado por monstros reais.

domingo, 13 de junho de 2010

Holofote [Não quero mais sua luz, aponte para eles]


Ás vezes tento ser o mocinho da história, luto com todas as forças contra o malfeitor, paro tudo o que estou fazendo e penso somente no bem do próximo;esqueço de mim e sou capaz de dar a vida por eles.
MAs hoje me sinto diferente, não estou para herói, essa vida cansa, é ingrata.
Descobri que ser vilão é bem mais interessante! As pessoas pelas quais os heróis arriscam a vida preferem o vilão,mesmo não admitindo.aliás, todos nós preferimos, até os próprios heróis.
O lado mau das coisas até que é bem interessante;
Herói ninguém mais quer ser, no mínimo um 'anti-herói' à wolverine, Jack sparrow, V for Vendetta e por aí vai...
Quanto tempo perdemos sendo 'superman' quando na verdade poderiamos ser um Luthor, afinal, será que alguém prefere falar coisas do tipo ' para o alto e avante' a falar coisas do tipo 'Os demônios estão nos pequenos detalhes' ?
Apesar dessas constatações sobre a tal 'superioridade' dos vilões, eu também não estou para um deles ou para anti-herói.
Hoje estou para figurante, quero observar os detalhes, me divertir com a imbecilidade e sorte dos heróis e com a genialidade e o azar dos vilões. Não quero mais aprender com meus erros nas tentativas de ser herói; sim aprender observando o erro alheio.Também não sei se algum dia vou tentar ser um vilão,apesar de ser bem tentadora essa opção,não sei... eles têm azar.
Por enquanto vou continuar sendo um 'simples' figurante e só observar, observar e observar...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O cruel e tirano Chronos! (Viva Kairos!)


Os ponteiros do relógio param algumas noites.
Eu fico aqui, entre as parades que mais parece prisão,tentando entender o tempo; ô coisa complicada! por que ele insiste em passar quando não queremos? Por que ele demora quando queremos mais é que ele passe? estou começando a achar que ele é mais um que conspira contra mim, melhor, tenho certeza.
Alguns falam que "o tempo cura a dor", que "o melhor remédio é o tempo"...tá, tá, vou considerar uma pequena possibilidade de estarem certos esses "ditos populares", mas não consigo os engolir muito bem.
Sabe...eu quero A noite, aquela em que os ponteiros do relógio ficam parados,que são intensas, entre caos e candura... aquela em que a inspiração segura a mão e não quer mais soltar, aquela em que um e-mail, scrap ou um sms simples parece uma carta de amor longa e ridicula que me faz voar; sonhar sem precisar dormir! Mas... quando menos se percebe a luz do dia vai apagando a noite, os ponteiros do relógio começam a se mover lentamente, os olhos vão ficando pesados, o corpo já não responde bem...
É tempo, às vezes quero te matar pra você me deixar em paz, não gosto muito de você... se bem que no final, como diz o mestre, você vai me enterrar!
Então, sei que não posso contra você,mas te provocar eu posso e o farei!
Tenho uma coisa que você não poderá me tirar[como fez/faz com minha noite],a estrela que escolhi na noite em que você não estava... essa fica guardada no meu céu particular; essa eu te desafio me roubar, tente apaga-la, tente !!!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

The boy who could fly


Luz artificial, vultos, vozes, sombras, objetos lançados ao ar, janela aberta,varanda, muro, grades, árvores, casas, prédios, torres, montanhas, nuvens , aviões ; lá estava ele...
O menino que um dia escapuliu da terra e saiu voando, sem destino, sem culpa. Falava com pássaros, escorregava em arco-íris, via cores que ninguém podia ver, cantava com o vento, (re)inventava notas musicais com o 'silêncio' lá de cima.
O dia dele nunca era solitário. Pela manhã o sol era seu melhor amigo, nunca se escondia dele; o menino sabia que às vezes o sol não gostava de aparecer para alguns que estavam lá em baixo, mas sabia o grande segredo, pois ele havia lhe contado um dia:
- Menino, quando eu me esconder, voe acima das nuvens, pra você eu nunca estarei ausente!

O menino nunca ouvira tal coisa, ficou maravilhado; mas logo lhe veio um pensamento e perguntou ao sol:- Mas e à noite? como você estará comigo?

Ele respondeu: -às vezes você não me verá, mas me mostrarei através da lua; ela é meu espelho. Ou então vá para o outro lado do mundo e me encontrará, sempre estarei ao seu alcance.

O menino então pensou: - A lua é o espelho dele...vou voar até lá e sempre poderei vê-lo de frente para ela.

Então até a lua ele foi, chegando lá descobriu algo que o surpreendeu: o tempo simplesmente não existia, nem dia, nem noite...nada assim.
Viu infinitas possibilidades, o universo o chamava; cantava o nome dele... e ali o menino já não existe mais, o menino É!
Então começou a escrever uma carta de despedida para o sol e outra para a lua. Agradeceu ao sol pela incrível bondade e a lua por ser um complemento daquele que em instantes se tornou seu melhor amigo. Disse aos dois que infelizmente teria que partir, pois algo maior que a vida o estava chamando e se ele não fosse não conseguiria ser feliz, pois sempre iria imaginar o que poderia ter visto e encontrado se tivesse ido.
Então foi... foi...foi...ficava menor à medida que se afastava.
Nunca mais deu noticias, voou tão alto e tão longe que nunca mais foi visto.
Uns arriscam dizer que ele foi feliz para sempre; outros dizem que isso é impossível; pois o para sempre, onde ele 'está', não existe; alguns simplesmente querem aprender a voar como o menino para algum dia encontrar o que ele encontrou...